Edson Izidoro Guimarães, "o enfermeiro da
morte", é um ex-auxiliar de enfermagem que assistia no setor de emergência
do Hospital Municipal
Salgado Filho, no Méier, Zona Norte do Rio de Janeiro,
responsável direto pela morte de pelo menos cinco pessoas. Estima-se que
o número verdadeiro de suas vítimas, porém, seja superior a 100 (cem), o que o
transformaria num dos maiores assassinos em série do Brasil e do mundo.
Prisão:
Edson Izidoro Guimarães foi preso em 07 de maio de 1999,
quando trabalhava no plantão do Hospital Salgado Filho. No dia 21 desse
mês ele foi denunciado pelo Ministério Público por homicídio triplamente
qualificado (motivo torpe; emprego de asfixia e veneno; e mediante recurso que
impossibilitou a defesa das vítimas).
Ele ficou conhecido como o "enfermeiro da morte" por
ter desligado os aparelhos respiratórios das pacientes terminais Márcia Garnier
Pereira, Maria Aparecida Pereira, Francisca Teresa Coutinho de Oliveira.
Ele também foi condenado por ter injetado cloreto de
potássio em Matias Gomes ,
matando-o por embolia pulmonar. Os assassinatos ocorreram em 7 de maio de 1999,
no mesmo dia em que acabou sendo preso. Izidoro confessou que matava os
pacientes terminais para receber comissão de funerárias. Ele chegou a ser
acusado de outras 126 mortes ocorridas durante seus plantões.
Condenações e
julgamentos:
Em 17 de fevereiro de 2000, Edson Izidoro Guimarães foi
condenado a 76 anos de prisão, resultado da soma das quatro penas de 19 anos
pelas mortes dos quatro pacientes do Hospital Municipal Salgado Filho. A defesa
apelou, e no dia 13 de março de 2001,
a 3ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Rio de
Janeiro, em decisão unânime, reformou a sentença por entender que houve crime
continuado e não concurso material de crimes. Na ocasião, a Câmara fixou a pena
de Edson Izidoro em 31 anos e oito meses de reclusão, permitindo à defesa
protesto por novo júri, igualmente aceito por unanimidade.
Em 27 de setembro de 2001 Guimarães foi novamente julgado,
agora pelo III Tribunal do Júri do Rio de Janeiro.
Atualmente, Edson permanece preso nas celas da Polinter, no
Rio de Janeiro, e, ao que tudo indica, não abandonou a profissão de enfermeiro.
Segundo policiais, o auxiliar de enfermagem é requisitado “sempre que um
interno sente-se mal”. É ele quem presta os primeiros socorros na carceragem, a
pedido dos próprios policiais e detentos.
Além disso, Izidoro é considerado preso de bom comportamento
e desfruta de “algumas regalias”. Por ser classificado como “faxina” — detento
que presta serviço ou ajuda na prisão —, ele, que já dividiu espaço com outros
31 presos, ocupa uma cela com cerca de sete condenados, equipada com televisão,
fogão, geladeira e colchões.
Conforme informaram alguns policiais, esse tipo de
tratamento é dispensado aos presos primários, de bom comportamento, sem nenhum
tipo de ligação com facções criminosas.
Repercussão:
O caso serviu para tornar pública uma prática que até então
era muito comum nos hospitais do Rio de Janeiro e possivelmente do restante do
país: a máfia das funerárias. Com a prisão de Edson Izidoro Guimarães foi
confirmado um esquema no Hospital Salgado Filho, onde as empresas funerárias
agiam livremente pagando comissões a quem indicasse seus serviços. As
investigações mostraram que o auxiliar de enfermagem chegava a lucrar entre cem
e mil reais, dependendo do tipo de morte.
As mortes naturais rendiam menos que aquelas produzidas por
acidentes de trânsito. Estas últimas envolviam um esquema de seguro.
Súbito, um
desdobramento: foi descoberto que a ação da máfia das funerárias não se
restringia ao Rio de Janeiro. A prefeitura de São Paulo também admitiu que sua
população estava sendo vítima da ação criminosa de agentes funerários, não
ficando provado que a máfia paulista chegasse ao extremo das similares no
estado onde Edson operava.
Indenizações aos
parentes das vítimas:
Em 23 de agosto de 2009, a 11ª Câmara Cível do TJ-RJ (Tribunal de
Justiça do Rio de Janeiro) condenou o município do Rio de Janeiro a pagar
indenização moral de R$ 50 mil a Sebastiana Barbosa, viúva de Jorge Barbosa,
morto por Edson em abril de 1999.
De acordo com o processo, Jorge foi internado no Hospital
Albert Schweitzer depois de sofrer convulsões e, logo após, foi transferido
para o Hospital Salgado Filho, no Méier. Como Jorge estava medicado e as crises
controladas, Sebastiana resolveu retornar para casa. Ao voltar ao hospital, no
dia seguinte, descobriu que ele havia falecido. Sebastiana é a primeira parente
de uma vítima do "enfermeiro da morte" a receber indenização.
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