Postagem Especial - 3 "Mente Criminosa" A palavra do Criminoso / A mão criminosa

O conteúdo desta postagem foi retirado e adaptado do 3º volume dos 3 volumes dos livros "Mente Criminosa" (estou tentando encontrar os 2 primeiros volumes) As ilustrações também foram retiradas do livro.

Aproveito para agradecer a divulgação e os comentários dos leitores. 


William Heirens


É comum os criminosos se sentirem compelidos a se comunicar com seus perseguidores. Suas mensagens podem ser ofensivas e confiantes ou podem ser um pedido de socorro, como aquele deixado pelo adolescente William Heirens na cena de um assassinato ( embora ainda exista gente que acredite na inocência dele. EU, sou uma delas, leia o meu post http://pasdemasque.blogspot.com/2009/01/william-george-heirens-o-assassino-do.html e dê sua opinião)

Paul Britton proclamou-se "o homem do quebra cabeça" com razão, pois ele reúne pedaços de evidências comportamentais e constrói uma imagem plausível da configuração psicológica do criminoso. No entanto, em alguns casos, especialmente nos pedidos de resgate em casos de sequestros ou em cartas "anônimas", o investigador e os criadores de perfis podem se aproximar fisicamente do criminoso. Eles recebem mensagens escritas ou até faladas deste. Essas mensagens podem assumir muitas formas diferentes, mas o seu conteúdo e estilo são quase sempre um reflexo de como o agressor se vê.

Anteriormente, vários casos foram descritos em que sequestradores e assassinos fizeram contato, tanto escrito quanto verbal, ora com as famílias de suas vítimas, ora com a polícia, Inicialmente, essas mensagens podem ser simples e práticas. No entanto, se o caso se prolonga e a polícia não parece estar perto de preder o criminoso, a comunicação vai se tornando ofensiva, conforme a confiança do criminoso cresce. Um caso muito interessante nesse sentido é o de Michael Sams.

As cartas de SAMS:

A primeira carta de Sams para a polícia de Leeds - enviada depois da morte de Julie Dart - dizia que "uma jovem prostituta tinha sido raptada da região de Chapeltown na noite passada e só seria liberada ilesa se as condições abaixo forem cumpridas". Depois de detalhar como o dinheiro do resgate devia ser entregue, prosseguia: " A refém será alimentada e bem cuidada em uma casa alugada para esse fim, será vigiada 24 horas por dia por detectores tipo PIR (infravermelhos de proximidade) conectados diretamente à rede de eletricidade. Quando o dinheiro for entregue, receberão o endereço da refém. Antes de entrar na casa, a eletricidade deve ser desligada pelo lado de fora antes de abrir a porta ou qualquer movimento ativará os detectores".

A carta tinha sido escrita na velha máquina de escrever Olivetti de Sams (mais tarde ele utilizou um processador de texto). Era uma carta extensa e no final os erros ortográficos e gramaticais se tornavam mais pronunciados, mostrando como era cada vez mais difícil para o autor controlar sua emoção. Mesmo nessa fase era evidente que ele estava brincando com a polícia. Por exemplo, a menção de detectores infravermelhos e uma exigência de que uma oficial que transportasse o dinheiro usasse dispositivos "antifalsificação" e "detector de transmissores" claramente visíveis na viatura provavelmente não têm nada a ver com a realidade. Sams saberia que se a vítima era mantida em "uma casa alugada para esse fim", a polícia teria pouca dificuldade em rastrear o locatário após a libertação.

Depois de descobrir o corpo de Julie Dart, chegou uma segunda carta. Sams, tendo atingido o seu objetivo de garantir atenção policial intensa, sentia-se cada vez mais confiante. E, como mostrava o aumento de erros na carta, mais entusiasmado.

Em sua terceira carta, ele discutia em detalhes as chances de qualquer operação policial acabar com a sua captura, uma demonstração audaciosa de sua crença na própria habilidade. Sams passou a afirmar de forma arrogante: " Julie não foi espancada até a morte (Jim Oldfield, do jornal Daily Miror): ela ficou inconsciente depois de três ou quatro pancadas na nuca e depois estrangulada. Não sentiu absolutamente nada". Isso é bem comum nesse tipo de assassino. Eles pegam rapidamente qualquer falha na imprensa e, desta forma tentam justificar suas ações e construir sua autoimagem.

A próxima carta veio depois de tentativas fracassadas de fazer contato telefônico. Estava escrita a mão e indicava ainda mais a crescente confiança do assassino. Também continha semelhança distantes com as cartas enviadas por Jack, O Estripador. "Desculpa num ir ontem a noite, não tava livre, segunda à tarde passei o dia fazendo maquiagem pra ver a refém essa mesma noite - isso de se maquiar leva tempo", concluindo: "dá um toque na terça-feira" A polícia não disse se acreditava que Sams realmente costumava se maquiar, mas parecia improvável. Sams sugeriu que ele usaria duas pessoas em um carro no acostamento como reféns intermediários, o que também era improvável, outro exemplo de brincadeira que estava fazendo.

foi feito um contato telefônico, mas a gravação na fita foi danificada e somente a palavra "serviços" pôde ser identificada. Depois de outra carta, a polícia ficou surpresa ao ouvir diretamente de Sams que seu gravador (usado para disfarçar a voz dele) estava quebrado. Infelizmente, eles não esperavam essa chamada e sua voz não foi gravada.

Depois veio uma carta com erros de gramática e de ortografia que dizia: "O jogo agora abacou".
A carta que chegou mais tarde ameaçando descarrilhar um trem, no entanto, estava praticamente sem erros, sugerindo que Sams tinha passado os últimos dois meses obcecado com um planejamento cuidadoso. O mesmo aconteceu com a carta em que constava sobre sua ideia de sequestrar uma funcionária de uma agência imobiliária, com quem fez acordos preliminares para ver uma casa que estava vendendo. Ele ligou na agência duas vezes, mas eles não tinham razão para suspeitar de nada. Na carta em que anunciou o sequestro de uma corretora, que segundo a polícia tinha sido escrita antes do rapto de Stephanie Slater, também estava praticamente sem erros. Ele estava calmo antes do jogo e começou assim a perseguição.




A polícia divulgou este retrato falado do homem que tinha matado Julie Dart. O desenho tinha apenas uma leve semelhança com Michael Sams


Sams agora estava tão confiante em sua esperteza que fazia chamadas abertas - Diferente da gravação anterior - para a agência imobiliária. As chamadas foram gravadas e possibilitaram sua identificação. Uma semana após a liberação de Stephanie, várias cópias de uma carta de Sams foram enviadas à polícia e à mídia. Intitulada "Os fatos", começava dizendo: "Eu, sendo o sequestrador de Stephanie Slater...", e alegava inocência do assassinato de Julie Dart e das chantagens contra a British Rail. Continuava de forma extraordinária: "Estou envergonhado e profundamente chateado pelo meu tratamento com Stephanie e pelo sofrimento que devo ter causado aos pais. Agora mesmo meus olhos estão cheios de lágrimas, acordo no meio da noite chorando de verdade. Com um pouco de sorte Stephanie vai sair disto em breve. E eu? Acho que eu nunca vou sair disto".

O que deveria ser feito com essa carta, a última antes da detenção de Sams? Bob Taylor, puperintendente da polícia encarregado do inquérito, considerou que era terrível, "cheia de autoelogio e de fundamentos patéticos". A opinião de Paul Britton, porém, era que o autor percebeu que proximamente seria identificado e estava "fingindo arrependimento como se tentasse construir uma defesa de si mesmo".

Ele também achava possível Sams ter se apaixonado por Stephanie durante a semana que ficou no cativeiro com ela, não podendo mais exercer suas ameaças. Agora seria difícil continuar brincando.
Esse caso demonstra também o perigo de querer tirar muita informação dessas cartas. Britton, depois de ter  avaliado corretamente que Sams estava brincando com a polícia, concluiu que os erros ortográficos e gramaticais eram deliberados, falsas pistas que Sams punha para desviar o curso do inquérito. Foi só depois  da sua prisão que descobriram que ele era um pouco disléxico.


Uma foto de arquivo policial do assassino Michael Sams. Ele foi condenado à prisão perpétua pelo assassinato e sequestro de Julie Dart e da corretora imobiliária Stephanie Slater



A MÃO CRIMINOSA:

A grafologia, uma análise da caligrafia de uma pessoa, pode ser abordada de duas formas diferente. As mensagens escritas por delinquentes - exigências de dinheiro, ameaças ou confissões de arrependimento - quase sempre são submetidas à análise dos grafologistas (a polícia prefere chamá-los de "peritos em caligrafia").
Dessa forma, em alguma fase do inquérito, podem ser comparados com a caligrafia dos principais suspeitos. Essa análise é essencialmente uma técnica forense física, a identificação e a comparação de caracteres específicos.
No entanto. a maioria dos praticantes da grafologia acredita que pode detectar características psicológicas predominantes na caligrafia de uma pessoa. Alguns dizem - com alguma razão - que são capazes de fazer uma avaliação tão valiosa quanto a análise comportamental ou as indicações de um modus operandi típico.

Dada a resistência da polícia perante aquilo que muitas pessoas consideram apenas um pouco mais científico do que a quiromancia (arte cigana de ler as linhas das mãos) ou a astrologia, o campo ainda tem um longo caminho a percorrer antes de ser aceito totalmente.
Quase todas as análises até hoje se basearam na caligrafia dos criminosos detidos e foi feita a posteriori. Segundo Patricia Marne, famosa grafologista britânica e autora do livro "A mão dos criminosos" (1991), 'nenhum grafologista prescreveria uma pessoa como desonesta ou criminosa baseando-se apenas em um ou dois indícios da mesma forma que um médico não diagnosticaria uma doença específica levando em consideração apenas um ou dois sintomas".


Em 1935, o especialista em caligrafia Albert S. Olson foi chamado durante o julgamento de Bruno Hauptmann, acusado do assassinato do bebê de Charles Lindbergh. Olson disse que a caligrafia das cartas de resgate era muito semelhante com o tipo de escrita de Hauptmann.

Curso rápido de Grafologia:

A análise e a comparação da caligrafia são um assunto longo e complexo. Os grafologistas começam dividindo a escrita em três zonas. A zona do meio é ocupada pelas vogais, pelas letras c, m, n, r, s, v, w, x e z, pela parte superior das letras g, p, q e y e pelas partes inferiores das legras b, d, h e k. A zona superior e inferio sçao ocupadas pelas partes ascendentes ou descendentes das letras b, d, f, g, h, j, k, l, p, q, t e y, e as correspondentes partes das letras maiúsculas, Muitas crianças aprendem a escrever em livros adaptados, onde as três zonas são estabelecidas usando quatro réguas horizontais. Conforme desenvolvem as letras, porém, a maioria opta por expressar sua individualidade se afastando da forma em que aprenderam a escrever. Os grafologistas acreditam que esses desvios são fortes indicadores da personalidade...

Anthrax no correio


Trecho do texto de uma das "cartas com antrax" divulgado pelo FBI. Entretanto, descartaram a possibilidade de que o autor fosse um fundamentalista islâmico.

Após o aparecimento de cartas anônimas contaminadas com antrax nos Estados Unidos em 18 de setembro e 9 de outubro de 2001, o FBI publicou um trecho da escrita e o perfil comportamental do autor das cartas no dia 9 de novembro. Afirmando que " é altamente provável, quase com absoluta certeza, que as três cartas foram escritas pela mesma pessoa", pediam ajuda para o povo, esperando que alguém pudesse reconhecer esse tipo de letra.

Embora todas as cartas tivessem sido escritas em letras maiúsculas, a primeira palavra de cada frase e os nomes próprios começavam com uma maiúscula um pouco maior. Os nomes e endereços de cada envelopa, todos com selos postais comprados antes do envio, tinham uma inclinação descendente notótia, da esquerda pra direita. O escritor escrevia as datas no formato "09-11-01", em vez de "9/11/01", e utilizava um numero 1 muito formal. 
O documento do FBI incluía uma avaliação comportamental. Eles afirmaram que o autor: " é provavelmente um homem adulto. Se tiver emprego, possivelmente é em um cargo que exige pouco contato com o público ou com outros empregados. Talvez trabalhe em um laboratório.
Provavelmente tem um conhecimento científico até certo ponto, , ou pelo menos mostra um forte interesse na ciência.
Mostra processo de pensamento racional e organizado em consonância com seu comportamento criminoso.  Não escolhe suas vítimas aleatoriamente. O autor 'escolheu' deliberadamente a NBC News, o New York Post e o escritório do senador Tom Daschle como vítimas (e, possivelmente, a AMI na Flórida). Estes alvos são provavelmente muito importantes para o agressor. Podem ter sido alvos de manifestações anteriores de desprezo, o que talvez foi comunicado a outras pessoas.
Carece das competências pessoais necessárias para lidar com outras pessoas. Ele pode alimentar um velho rancor e pode ser que se vanglorie dizendo que um dia "eles" vão pagar. Há provavelmente outros exemplos anteriores desse tipo de comportamento em sua vida. Prefere estar sozinho do que estar acompanhado. Se tiver algum tipo de relacionamento com alguém, provavelmente será uma relação caracterizada pelo egoísmo".

Por fim, o FBI descreveu provável comportamento do agressor antes e depois dos eventos. "Ele pode ter exibido um desinteresse passivo nos acontecimentos do 11 de setembro, embora possam ter dado uma boa ideia a ele. Ele pode ter-se tornado mais fechado e exibido um padrão incomum de atividades e poderia ter começado a tomar antibióticos de um dia para o outro. 
Em alguns momentos críticos, o envio das cartas, a morte da primeira vítima, a mídia falando sobre cada incidente e, sobretudo, as mortes e doenças de vítimas fortuitas, ele poderia ter exibido mudanças comportamentais significativas. Essas mudanças podem ter se refletido em alterações na sua aparência física, ansiedade elevada, interesse atípico pela mídia, mudanças abruptas no humor, um nível incomum de preocupação, faltas incomuns no trabalho e sono e ou hábitos alimentares alterados".
O remetente das cartas com antrax não foi identificado.


Membros de uma equipe de ameaças biológicas entram no prédio conhecido como Hart Senate Office Building, em Capital Hill, em 6 de novembro de 2001. Muitos meses se passaram antes de o edifício ter sido declarado livre de contaminação com antrax.


... A zona superior, dizem, é a área das qualidades intelectuais e espirituais, a ambição e o idealismo. A zona média representa aquilo que a pessoa gosta e aquilo que não gosta, a racionalidade e adaptabilidade ao cotidiano da vida social. A zona inferior revela os desejos instintivos e subconscientes em conjunto com a sexualidade e os interesses materialistas da pessoa.
Essas três zonas raramente são do mesmo tamanho. Mas quando isso acontece, a aparência da escrita parece estereotipada e entediante. Uma escrita muito formal, como aquela ensinada nas aulas de caligrafia, pode apresentar problemas, parecendo deliberadamente disfarçadas. No entanto, os grafologistas alegam que não importa quão diferentes as letras sejam da escrita "natural" da pessoa, os traços de personalidade específicos serão inconscientemente expostos. 

Por exemplo, se uma pessoa machucar sua mão direita e tiver que escrever com a esquerda, ela desenvolverá gradualmente as mesmas características presentes na sua escrita original. 
Dois fatores que definitivamente não são revelados são a idade e o sexo. Algumas pessoas escrevem de forma mais madura aos 20 do que outras aos 60, e todos possuem características masculinas e femininas, tanto físicas quanto psicológicas, em diferentes proporções.

Depois de considerar as indicações das três zonas, um grafologista  passa a olhar um número considerável de indicações. A dimensão e a formatação da letra, a aparente pressão e a velocidade da escrita, a inclinação das letras, se a linha de base é nivelada, desigual ou inclinada e "o nível da letra". Este é a qualidade visual da escrita e está dividido e, organização, espontaneidade, originalidade, dinamismo, harmonia e ritmo.
O tamanho e a regularidade das margens são impostantes, como também o espaçamento entre letras, palavras e linhas. Outras indicações são a formação de cada uma das letras, especialmente as maiúsculas e , especificamente a letras I, o travessão da letra T e os pingos dos is, o formato dos aros ou sua ausência, os sinais de pontuação e os números.

A assinatura, se houver, é de grande importância. A assinatura da pessoa, embora nunca seja idêntica à anterior, basicamente tem os mesmos elementos. Por outro lado, duas assinaturas idênticas despertam a suspeita de falsificação imediatamente.
Se o estilo da assinatura revela diferenças significativas no corpo do texto, é uma prova de personalidade desonesta.
A formação das letras, tanto individualmente como em grupo, é o elemento mais importante na identificação e comparação da caligrafia. O primeiro aspecto a ser considerado é a aparência global do texto: se a escrita é angular, plana, cursiva ou grudada.
A escrita angular é bem controlada e definida. Indica uma natureza astuta e prática, geralmente de opinião rígida, muito crítica dos outros e às vezes com um senso de humor pouco expressivo.
A caligrafia plana é a oposta da angular, as letras são esticadas e, por vezes, são tão ilegíveis que são difíceis de analisar. Revela uma personalidade ardilosa e errática que pode caracterizar um oportunista esperto. Na escrita cursiva os topos das letras m e n são particularmente arredondados. Os grafologistas acreditam que revela uma natureza sigilosa, inclinada a ser formal e taciturna em assuntos privados. Quando m e n são muito grandes, com a ponta achatada, os grafologistas dizem que é uma indicação de uma pessoa amoral, capaz de qualquer coisa para sair de uma situação indesejada.
A escrita grudada é fácil e informal, refletindo a natureza da pessoa. É oposta à cursiva. As partes inferiores das letras h, n, e m são tão arredondadas que muitas vezes existe pouca ou nenhuma distinção entre n e u. A coerência horizontal da caligrafia, sua adesão a uma base definível, também é indicativa. Uma linha reta atravessando o documento revela autodisciplina e bom senso. Um declive ascendente indica ambição e otimismo, enquanto um declive descendente revela pessimismo e depressão. Uma base irregular, que sobe e desce, pode indicar confusão mental.
Letras maiúsculas são particularmente reveladoras, indicando a percepção do indivíduo sobre sua própria importância. As maiúsculas "enroscadas", em que as extremidades da letra se enrolam em si mesmas, são um sinal claro de uma pessoa mentirosa.

Uma das letras mais reveladoras é a maiúscula I, porque representa diretamente o ego. Um I pequeno, por exemplo, pode sugerir falta de auto confiança,  (aposto que você vai pegar algo que escreveu a mão enquanto lê esse post rs) enquanto que um I extravagante e exagerado é um sinal claro de alguém que quer ser o centro das atenções. Um I que é um traço simples descendente sugere uma personalidade, autoconfiante, inteligente w bem equilibrada. Um I que pende para a esquerda, qualquer que seja a forma, indica incapacidade de desfrutar a vida, possível culpa sobre alguns eventos passados e uma propensão para o engano.

Outras duas letras também são particularmente importantes porque envolvem a quebra do fluxo da caligrafia. Trata-se do i e do t. A posição e a forma do pingo do i não só são características fáceis de identificar, mas, segundo a grafologia, revelam muito sobre a personalidade daquele que a escreve...


Carta escrita na prisão por uma pessoa condenada por falsificação. Um bom exemplo de escrita cursiva que sugere uma personalidade secreta, enquanto a ampla formação das letras "m" e "n" revela a capacidade de ser amoral sempre que possível.

...Quando o pingo é colocado à esquerda da linha do i, denota cautela e hesitação quando a pessoa deve tomar decisões. Colocado à direita, indica que pensa no futuro e que é prático. Se o pingo estiver exatamente acima é um sinal de uma pessoa detalhista, mas não muito imaginativa ou criativa. Quando o ponto está ligado com a letra seguinte indica inteligência e capacidade de adaptação e planejamento com antecedência.
Um pingo forte é frequentemente um sinal de pessimismo ou depressão. Por outro lado, um pingo levemente traçado pode indicar falta de interesse ou baixo nível de vitalidade. Quando o ponto parece uma linha pequena e alongada, é um sinal de uma natureza hipersensível, difícil de agradar. Um pingo muito grande que pende para a direita revela uma pessoa impaciente, muitas vezes forçada a tomar decisões rápidas.
Um pingo na forma de um arco ou uma linha horizontal indica uma imaginação poderosa e muita criatividade. Um ponto afiado como uma seta é um sinal de raiva e amargura. Quando o ponto é desenhado como um círculo, comum na caligrafia de mulheres novas que querem parecer diferente das outras, é um sinal de sentimento de humor diferente e de uma vontade de expressar autoimportância.

O travessão da letra t é igualmente revelador. Conectado com a letra seguinte, é uma indicação de velocidade e, portanto, de uma mente que pensa rápido. Quando pende para a direita revela energia e ambição. Mas colocado à esquerda mostra uma natureza que tende a ser introvertida e cautelosa. Uma barra inclinada para baixo pode ser sinal de raiva suprimida, mas se for para cima indica otimismo e ambição.
Um travessão feito com cuidado no meio da linha vertical é um sinal de uma natureza cautelosa e metódica; na região inferior na linha vertical indica depressão. Se estivesse logo no inicio, demonstra uma natureza pouco prática e de uma pessoa que sonha acordada.
Se o travessão for longo, cobrindo grande parte ou até a palavra inteira, pode ser um sinal de proteção dos familiares e amigos, mas também pode representar uma atitude despótica com aqueles fora do círculo imediato. Um pequeno gancho em qualquer extremidade indica tenacidade, mas uma barra triangular que se desloca para trás contra a direção da escrita é tanto sinal de agressão sexual quanto de desilusão. Finalmente, o travessão pode ser formado como uma continuação do traço inferior, que é considerado um sinal claro do mentiroso habitual.
Estes, então, são alguns dos fatores mais importantes que a grafologia procura quando analisa a caligrafia. Servem não só para confirmar se dois trechos pertencem ao mesmo escritor, mas também proporcionam informações sobre a personalidade dele.



Peritos em caligrafia consideram a letra "i" a representante direta do ego



A forma em que a letra "t" é feita pode revelar muito sobre a personalidade de alguém. 
Um travessão feito com cuidado indica natureza cautelosa e metódica.

Veja também: Estudo de caso TED BUNDY no post : http://pasdemasque.blogspot.com/2008/11/theodore-robert-ted-bundy-24-de.html
o estudo de caso JonBenét Ramsey a rainha de beleza infantil:


Adolf  Hitler 
(pra mim o demônio em forma de gente, gosto de acreditar que existe um inferno só para ter a consolação de saber que ele está lá)

Sheila Lowe analisou a escrita de Adolf Hitler, ditador da Alemanha de 1933 a 1945. Ela afirma que a combinação de ângulos e linhas conectando as formas indica sua natureza cruel e furiosa.
"Some a isso a forte pressão, devida às características de uma personalidade instável com uma atitude autoritária e pouca tolerância".
Tal como a sua assinatura, a caligrafia de Hitler tende à inclinação descendente da esquerda para a direita. Esse é um sinal de depressão e falta de otimismo. "O pouco senso de humor que tinha, se é que tinha, era insuficiente para aliviar a irritabilidade", ela analisou. O formato das letras é apertado, indicando timidez e inibição. Em contrapartida, as altas letras maiúsculas revelam o orgulho que Hitler tinha de suas conquistas, enquanto os pontos e as linhas horizontais fortes na letra "i", na parte superior, sugerem um temperamento explosivo.
A forte pressão e a expansão horizontal indicam que no momento em que esta nota foi escrita, quando nazistas dominavam a Europa inteira, Hitler ainda um homem de decisão impulsiva com resistência e perseverança quase ilimitadas. O estilo linear da escrita revela uma forte tendência intelectual, mas a falta de desenvolvimento da zona superior sugere que Hitler era rígido em suas crenças pessoais e intolerante com opiniões diferentes.


BOMBISTA LOUCO:



Em 23 de junho de 1993, David Gelernter, professor associado de ciência da computação na Universidade de Yale, recebeu um pacote enviado pelo Unibombista. O artefato explodiu, arrancando sua mão direita e comprometendo a visão de um olho e a audição de um dos ouvidos.

Um caso famoso da década de 1990 ilustrou a importância da análise de texto. Durante 17 anos - de 1978a 1995 - o FBI participou de uma caçada a um homem que, devido à sua especial antipatia contra os cientistas universitários, ficou conhecido como o "Unibombista". No começo, as bombas que ele fabricava eram pequenas armadilhas inofensivas, mas depois foram ficando cada vez mais perigosas, causando até a morte de três pessoas e ferindo outras 29.

Entre 1987 e 1993 não houve nenhuma ocorrência, e o FBI supôs que o autor estivesse preso, internado em uma instituição mental ou até morto. Depois, em junho de 1993, ele voltou às atividades assinando como "FC". Era uma semelhança perturbadora com a assinatura de George Metesky, "PF" (outro bombista, só que da década de 40 e 50, o apelido dele era MAD BOMBER postarei sobre ele em breve).
Na primeira tentativa, o FBI criou uma lista de 50mil suspeitos "possíveis" e mais 600 "plausíveis", e até o professor Don Foster estava entre eles. A caçada ficou mais dramática quando, em dezembro de 1994, o Unibombista lançou mão do seu dispositivo mais poderoso até a data, decapitando um publicitário de Nova Jersey assim que ele abriu um pacote que chegou à sua casa. Em abril de 1995, uma bomba similar matou um lobista (não sabe o que é lobista? clique aqui http://pt.wikipedia.org/wiki/Lobby) da indústria madeireira na Califórnia.

Em junho de 1995, um manifesto de 35 mil palavras intitulado A Sociedade Industrial e seu Futuro, escrito por "FC", foi enviado ao New York Times e ao Washington Post. Uma matéria sobre o documento foi lida por uma professora norte-americana de filosofia, Linda Patrik, que estava de férias na França e que, coincidentemente, estava casada com David, irmão de Ted Kaczynski. O FBI disse estar procurando uma pessoa de Chicado, com conexões em Salt Lake City e no norte da Califórnia; um solitário com experiência e conhecimentos em madeira e em explosivos e com profundo ressentimento pela tecnologia moderna.
A professora Patrik ficou chocada com as semelhanças com o cunhado que ela nunca tinha conhecido e compartilhou suas suspeitas com o marido assim que ele chegou a Paris. Após o casal ter voltado para os Estados Unidos, David comparou o texto do manifesto com as cartas cheias de raiva que Ted tinha enviado  de sua cabana solitária em Montana. Com receio, concordou com sua esposa: o Unibombista era seu irmão. David Kaczynski contatou a polícia. Quando os agentes do FBI invadiram a cabine e prenderam Kaczynski, encontraram ampla evidência da fabricação de bombas e muitos documentos, incluindo uma longa "autobiografia", em que expressava todos seus sentimentos de raiva.

Feito isso, o FBI percebeu que estava seguindo uma pista falsa. Um criador de perfis afirmava que o Unibombista tinha nascido entre 1957 e 1962, enquanto que a data de nascimento de Kaczynski era de 1942. Em uma caçada que teve um custo superior a 50 milhões de dólares, anuários escolares e diretórios universitários e de funcionários das faculdades foram revisados, mas só de 1970 para frente.
Kaczynski, que saiu da escola em 1958, tinha ensinado na Universidade de Michigan e na Universidade da Califórnia em Berkeley antes de abandonar sua carreira acadêmica para se tornar um eremita solitário em 1969.


O unibombista, o solitário Ted Kaczynski detido em sua cabana isolada em Montana depois de seu irmão David e a esposa dele, Linda Patrik identificarem seu estilo de escrita.









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