Tenho especial afeto pelas vítimas da segunda guerra, já li, assisti, estudei muito sobre essa guerra e ainda
me é tão inacreditável, parece até mentira, se eu expuser muito a minha
opinião, perdoem-me. É que não pude conter a raiva que tenho desse monstro.
As crianças gostavam dele, ele trazia-lhes doces e até mesmo
lhes dava carona para o lugar onde elas seriam exterminadas.
Josef Mengele
(Günzburg, 16 de março de 1911 — Bertioga, 7 de fevereiro de 1979) foi um
médico alemão que se tornou conhecido por ter atuado durante o regime nazista.
O apelido de Mengele era Beppo, mas ele era conhecido como Todesengel, "O
Anjo da Morte", no campo de concentração.
Mengele foi oficial médico chefe da principal enfermaria do
campo de Birkenau, que era parte do complexo Auschwitz-Birkenau. No entanto,
não foi o oficial médico chefe de Auschwitz; acima na hierarquia encontravam-se
os médicos Eduard Wirths e Hilario Hubrichzeinen . No fim da Segunda Guerra
Josef Mengele fugiu da Alemanha passando por alguns países, incluindo o Brasil,
onde morreu.
Um líder na visão biomédica nazista, ele teve sucesso em
experiências com anomalias genéticas. Até mesmo superando Hitler nas maldades, depende do ponto de
vista, talvez porque Mengele chegou a encarnar o arquétipo do mal absoluto, sendo
que ele tão flagrantemente violou seu juramento profissional de honrar e
preservar a vida.
Mengele chegou a Auschwitz em 30 de maio de 1943. Ele tinha
32 anos, de uma família católica, tinha sido entusiasta do nazismo. Na escola,
sua especialidade era a antropologia física e genética, e ele foi totalmente
comprometido a trazer a ciência até o serviço da empresa nazista. Na verdade,
ele especificamente pediu para ser enviado para Auschwitz por causa das
oportunidades como um lugar como esse poderia oferecer para a sua pesquisa.
Responsável pelas "seleções" do processo, ele aparecia
para os prisioneiros vestido de forma muito elegante, e decidiria num relance o
destino de cada pessoa. Se alguém começasse a dar problemas quanto a separar-se
de um parente, ele poderia bater ou atirar em ambos. Ele parecia não ter
consciência, e enviava pessoas com qualquer imperfeição (incluindo a altura
imperfeita) direito à câmara de gás. No entanto, ele mantinha os gêmeos, quantos
ele pudesse encontrar. Eles eram destinados aos seus laboratórios.
As experiências de Mengele
Em suas experiências com seres humanos em Auschwitz, ele
injetou tinta azul em olhos de crianças, uniu as veias de gêmeos, deixou
pessoas em tanques de água gelada para testar suas resistências, amputou
membros de prisioneiros e coletou milhares de órgãos em seu laboratório. Chegou
a costurar gatos na barriga de mulheres grávidas, após remover o feto.
Mengele gostava de sua posição de poder e estava completamente
em casa com suas tarefas. Defender o ideal nazista de purificação racial era a
sua motivação. No entanto, não se sabia bem o que esperar. Mesmo quando ele separou
famílias e matou com impunidade, ele podia assumir o papel de médico preocupado
e caprichosamente permitir que algumas pessoas vivessem. O poder da vida e da
morte nele residia.
Em seu desejo de melhorar a eficiência do campo como uma
máquina de matar, ele ensinou outros médicos como dar injeções de fenol para
uma longa fila de prisioneiros e rapidamente terminar suas vidas. Ele também
filmou as pessoas, e atirou bebes vivos no crematório. Ao longo de tudo isso,
ele manteve uma atitude, individual e eficiente e via a si mesmo como um
cientista estritamente.
A grande paixão de Mengele foi sua pesquisa sobre gêmeos.
Eles foram pesados, medidos, e comparados em todos os sentidos. O sangue foi
retirado sem parar e eles foram questionados sobre suas histórias de família.
Alguns ele mataria para exames patológicos, dissecando um pouco e mantendo
algumas partes preservadas. Outros ele operava sem anestesia, removendo membros
ou órgãos sexuais. Ele até fez algumas operações de mudança de sexo. Se um
gêmeo morresse durante estes experimentos, o outro não tinha mais uso, por isso
ele ou ela era simplesmente gaseado.
A partir de 1943, os gêmeos eram selecionados e colocados em
barracões especiais. Quando na rampa de seleção localizava gêmeos, os irmãos
eram colocados num recinto especial e eram tratados melhor que os restantes
internos. Praticamente todas as experiências de Mengele careciam de valor
científico, mas foram financiadas pelo governo nazista. Incluíam, por exemplo,
tentativas de mudar a cor dos olhos para azul mediante injeções de substâncias
químicas nos olhos de crianças, o que causava imensa dor e até mesmo cegueira;
amputações diversas e outras cirurgias brutais e, também estudava anões, pelo
menos numa ocasião, uma tentativa de criar siameses artificialmente mediante a
união de veias de irmãos gêmeos (a operação foi um fracasso e o único resultado
foi que as mãos dos pacientes se infectaram gravemente). As pessoas objeto de
experiências de Mengele, no caso de sobreviverem, foram quase todas
assassinadas depois para dissecação. Aqueles que trabalharam com ele o achavam
cientificamente irresponsável.
Lá vou eu com expressão pessoal: Eu o mataria sem pensar duas vezes, se tivesse a chance.
Mengele fez numa ocasião carregar um vagão de trem com
caixões que os prisioneiros notaram "demasiado pesados para o seu
volume". Os caixões iam com destino a Günzburg e alguns prisioneiros
deduziram corretamente que continham lingotes de ouro, provenientes das
extrações dentárias das vítimas do campo. Este foi um dos primeiros indícios de
que Mengele tinha pressentido o fim da Alemanha Nazista.
A evasão:
Em 26 de Novembro de 1944, Richard Baer, comandante de
Auschwitz, recebeu uma estranha ordem para desmantelar a instalação, decaindo o
ritmo de extermínio do campo. A ordem provinha diretamente de Adolf Hitler, e a
muitos causou surpresa a situação.
Apenas 23 dias antes Mengele tinha estado na seleção de
prisioneiros para enviar às câmaras de gás. Para ele a ordem não causou
estranheza, pois estava convencido que a Alemanha Nazi perderia a guerra.
Mengele abandonou de forma encoberta o campo em 17 de
Janeiro de 1945, e 10 dias depois o Exército Vermelho chegou ao campo e
libertou os poucos sobreviventes.
Josef Mengele abandonou Auschwitz e foi para o antigo campo
de concentração de Gross-Rosen. Em Agosto de 1944 este campo fora encerrado. Em
Abril de 1945 fugiu para o oeste disfarçado como membro da infantaria regular
alemã, com identidade falsa, mas foi capturado.
Como prisioneiro de guerra, cumpriu pena de prisão perto de
Nuremberg. Foi libertado depois, quando se desconhecia a sua identidade.
Durante os julgamentos de Nuremberg não se mencionou Josef Mengele como
genocida. (Recomendo o filme: O Julgamento de Nuremberg)
Sabe-se que fugiu para a Argentina, provavelmente ainda na
década de 1940.
Todavia, com a captura de Adolf Eichmann por agentes do
Mossad, em Buenos Aires, Mengele decidiu fugir da Argentina e se escondeu no
Paraguai para depois passar para o Brasil, onde teria vivido em Mamborê, Estado
do Paraná. Lá, exercera ilegalmente a medicina, recebendo pacientes e
prescrevendo medicamentos, sempre com identidade falsa. A Polícia Civil
recebera a notícia do exercício ilegal da profissão, e por conta da
investigação, Mengele fugiu antes da ação penal ter sido ajuizada. Prescrito
esse crime, o delegado de polícia requereu o arquivamento do inquérito
policial, e o Poder Judiciário assim declarou, já nos anos 80.
Ato contínuo à fuga de Mamborê, Mengele continuou seu
périplo pelo Brasil, tendo residido clandestinamente em diversas localidades:
Serra Negra, Assis, Marília, Nova Europa, Mogi das Cruzes e Bertioga, no estado
de São Paulo, até a sua morte.
Inacreditavelmente, nem a Mossad nem o Centro Simon
Wiesenthal conseguiram localizá-lo apesar de o seu filho Rolf o ter visitado
duas vezes e com ele trocar correspondência.
(Recomendo o filme: Rua Alguém, 5555) segue o link para quem
quiser assistir DUBLADO: http://tvi.com.br/player-filme?idfilme=66&idioma=0&fatia=1 postarei o trailer em inglês no final da postagem, juntamente com outros videos.
Sabe-se hoje que no Brasil viveu num sítio em Caieiras de
propriedade de um casal de austríacos, Wolfram e Liselotte Bossert, sob o nome
falso de Pedro Gerhard. Quando lhe perguntavam o passado, afirmava que como
oficial alemão se limitava a selecionar as pessoas aptas para o trabalho e que
nunca matara ninguém.
Em 1979, o seu estado de saúde estava em franca deterioração
e a família austríaca que o assistia convidou-o a refrescar-se numa praia calma
em Bertioga, no litoral paulista, Mengele aceitou. Quando alguns membros se
introduziram na água, Mengele seguiu-os até alcançar uma distância de 100 m, mais
a escassa profundidade. Então, por motivos confusos e nunca esclarecidos,
afogou-se, apesar de um dos amigos que o acompanhava ter imediatamente dado
auxílio (supôs-de cãibras, ataque cardíaco, etc., ou mesmo suicídio).
A versão oficial é que se feriu, talvez acidentalmente, com
um pedaço de madeira quando nadava em Bertioga, e isso provocou a sua morte por
afogamento. Causa estranheza o fato de que Mengele não sabia nadar. Os seus
ossos foram exumados em 1985, no cemitério de Rosário, na cidade de Embu das
Artes, na grande São Paulo. A perícia, conduzida por especialistas do IML e da
FOUSP, determinou que a ossada era do médico nazista: um defeito que tinha nos
dentes superiores anteriores foi comprovado, além de coincidir em idade e
estatura. Em 1992, uma análise de ADN confirmou finalmente a sua identidade.
Mengele nunca foi punido pelas suas atitudes, falecendo praticamente sozinho no
litoral paulista.
Ele morreu em 1979 e seus restos mortais foram identificados
por uma equipe de antropólogos forenses. Mesmo assim, seu mal ainda vive nas
ficções e fantasias de um médico cruel que matou sem consciência e foi responsável
pela destruição de milhares de pessoas inocentes.
Mengele na ficção
A divulgação das atrocidades de Mengele levou à criação de
um mito popular em volta da sua figura semi-lendária. Várias representações
ficcionais de Mengele surgiram desde a Segunda Guerra Mundial.
Uma famosa versão literária ficcional de Mengele foi criada
por Ira Levin, em seu livro Os meninos do Brasil (The Boys from Brazil), em que
o médico consegue clonar Adolf Hitler. Em 1978, foi lançado o filme baseado no
livro com Gregory Peck como Mengele.
Também tem um filme baseado nesse livro, eu assisti e
gostei, não é lá dos melhores, mas gostei.
Mengele foi base para uma série de médicos nazistas
imaginários. Entre eles o Dr. Khristian Szell (Laurence Olivier) do filme
Maratona da morte (Marathon Man, 1976), também um livro de William Goldman. Há
vários personagens baseados em Mengele nos quadrinhos e obras populares
infanto-juvenis, e é a provável inspiração para o Doctor Schabbs, personagem do
jogo de computador Wolfenstein 3D, um cientista louco que criava zumbis.
Mais recentemente serviu como base à personagem Dieter Vogel
(interpretada pelo Dinamarquês Jesper Christensen) no filme A Dívida(2010) de
John Madden. Neste filme a personagem tem um fim muito semelhante à de muitos
lideres nazis (Como, por exemplo, Adolf Eichmann), tendo sido capturado por uma
força especial da Mossad, com o intuito de o julgar em Israel, mas diferente do
fim de Mengele.
Foi tema da música "Angel of Death" da banda de
Thrash Metal Slayer lançada no Cd Reign in Blood em 1986. Mais recentemente, foi
tema da música "Carbonized" da banda de Death Metal Impiety lançada
em 2004 no Cd Paramount Evil e também da banda brasileira Dorsal Atlântica com
a faixa "Joseph Mengele".
Algumas de suas experiências envolvendo judeus anões, foram
tema do espetáculo de teatro A-5087, de Ronaldo Ventura.
Existem vários filmes baseados na segunda guerra onde “ele”
geralmente é mencionado ou aparece.
Trailer do filme : Rua Alguém, 5555
Documentário completo
Documentário em inglês, sem legenda
Linha Direta:
há muitos videos sobre ele, é só procurar.
Grata pelas visualizações, passem bem queridos leitores.